Quando repetidamente ouço falar no “affair” Grécia e o seu
resgate económico pelo FMI e BCE, vem-me de imediato á mente a gestão de um Condomínio,
(o meu por exemplo, onde moro). A Grécia está a arriscar a expulsão da União
Europeia, devido á sua infantilidade descarada de não pagar o que deve! Shiriza
e o seu líder, teimam em brincar ao gato e o rato, na forma e modo como quer ou
deve pagar a sua gigantesca dívida! Uns dias diz que sim que vai pagar, nos
outros dias diz qua afinal é uma injustiça quererem levar á verdadeira tragédia
grega, causando aos seus gregos e atónitos cidadãos uma inquietude pelo seu
futuro próximo, com estes seus lideres utópicos românticos desajeitados em
lidar com os tubarões da “massa”!
Por analogia penso nos crónicos devedores do meu Condomínio,
que fazendo alarde de virtudes muitos parecidas com os governantes gregos, nas
assembleias de condóminos, dizem das suas razões e desejos de pagar as suas dividas,
nem que seja em prestações suaves atendendo às suas dificuldades, dispensam-se
processos judiciais, lentos morosos e muitas vezes ineficazes, perante tantas
manobras possíveis e imaginarias para diluir no tempo a verdadeira resolução do
pagamento, e depois o gestor do condomínio começa a contar os meses um após um,
e de recebimentos, nicles, volta tudo á primeira forma! Então que fazer? Correr
com os devedores para fora do condomínio? Não, tentamos mais uma vez, apelando
sei lá a que vontades e santos, a motivação para o condómino devedor regresse à
justa ideia de pagar o que deve, porque senão o fizer, mais uma vez a se atrasará
o processo de reparação dos edifícios na sua manutenção programada, prevenindo
danos futuros irreparáveis para todos aqueles que com muito ou menor esforço lá
vão cumprindo as suas obrigações!
Voltemos aos nossos gregos do berço civilizacional que nos
precederam e com os quais nos sentimos ligados, (somos mesmo uns sentimentais),
e ao seu processo de ressarcir os seus credores com um mínimo de dignidade e eficácia.
Neste jogo de que ontem vão pagar e hoje já não fazem e que vão pensar mais um
pouco no assunto, a EU não pula nem avança, com (não) diria Gedeão, como uma
dívida colorida nas mãos de uma criança (leia-se Grécia governo Shiriza,
Tsipras, Varoufakis), e os seus responsáveis, BE e os amigos do FMI, vão
perdendo literalmente a compostura e repetem as ameaças de “desalojar” a Grécia
dos aposentos europeus! Quando o executor da hipoteca bate á porta para retirar
os trastes e mobílias, os seus locatários, (leia-se gregos políticos), tornam a
jurar a sua indómita vontade de pagar tudo, mas tudo, o que devem, nem que seja
ao longo dos próximos cem anos e que portanto, pedem um pouquinho de mais paciência
aos credores e tornam a fechar-lhes a porta, adiando mais uma vez a sua ação.
Retornando aos meus caros condóminos que comigo e mais umas
dezenas, um dia romanticamente resolvemos construir um edifício onde todos nós
pudéssemos residir e viver, as metodologias persistem em ser muito semelhantes
ás dos governantes gregos do Syriza: Prometem que pagam, nós os que pagamos
efetivamente e com muito sacrifícios, voltamos a dar-lhes mais uma
oportunidade e depois é o que se vê: Adeus obras de recuperação e manutenção do
edifício para que este fique bem protegido das intempéries e desgaste e vamos
rezando, (os que pagam as suas mensalidades), para que este (o edifício) não
caia e fiquemos todos á mercê dos elementos da Natureza! De uma coisa estou
certo: Se os devedores se fossem embora de vez, nós os que ficamos e pagamos,
sobrevivíamos certamente com mais ou menos dificuldades, não duvidem!
Termino este meu raciocínio, voltando aos meus, (nossos)
amigos gregos do Syriza, Tsipras e Varoufakis: Será preciso escrever ou dizer
mais alguma coisa? Digo apenas como motivação aos nossos amigos gregos, que nós
portugueses, pagamos, (estamos ainda a pagar), numa situação semelhante e
tem-nos custado os olhos da cara, (eu ia dizendo um outro palavrão), mas vamos
pagando, entendem Srs. governantes gregos? Custa muito? Custa pois claro! Uns
deviam pagar mais e outros menos? É verdade, também! Os mais pobres e
fragilizados são mais afetados? São, sim senhora! E não morremos ainda? Não
ainda não morremos e vamos sobreviver, disso não tenham dúvidas! É só cortar
uns maus hábitos que tínhamos adquirido com os dinheiros fáceis que nos vieram
de Bruxelas, lembram-se? E como diz o Povo (Vox Populi, para os gregos), quem
vende cabritos e cabras não tem…. Isso mesmo, faz-nos lembrar algo, não faz?