A NOVA OPORTUNIDADE DAS “NOVAS OPORTUNIDADES”!
Li há dias um artigo do sociólogo ALBERTO GONÇALVES, que escreve uma coluna de opinião do semanário “Sábado”, sobre o programa lançado pelo governo, “NOVAS OPORTUNIDADES”, que passo a transcrevê-lo, pela sua actualidade! Lá vai:
“Uma amiga minha, viu-se recentemente”colocada” num curso das “Novas Oportunidades”.
Á chegada, a novinha e bem intencionada docente, inquiriu os colegas sobre os temas e manuais a leccionar.A galhofa que se seguiu durante meia-hora! A pobre ignorava que as “Novas Oportunidades” não visam leccionar coisa alguma, mas fornecer habilitações literárias a iletrados e impressionar os “rankings internacionais.
Nisso a iniciativa é um sucesso.O SOL, relatou o caso de uma senhora que após “saltar” seis anos de escolaridade em um ano e pouco, frequenta agora uma licenciatura.Se Portugal prosseguir a adaptação caseira de Bolonha, é possível que a senhora acabe a licenciatura, eventualmente de medicina, em seis meses.
Por enquanto as facilidades ficam-se, algo injustamente pelo 9º e 12º anos, e mesmo o termo depende da perspectiva.O presidente da Agência Nacional para a Qualificação, chama á facilidade, “dinâmica” e ,o que é notável, acha a “dinâmica” insuficiente.Na opinião do snr Luís Capucha, divulgada anteontem, urge multiplicar por sete os quatro mil adultos “certificados” mensalmente.Isto significa que, apesar de tudo, a exigência do programa tem sido excessiva.Pelos vistos, não basta que os alunos terminem a “formação” com os conhecimentos(digamos) que possuíam quando começaram; é preciso que saiam a saber ainda menos.Nas contas do snr Capucha, sete vezes menos.
Perante tal objectivo, percebe-se que o próprio engº Sócrates classifique cada inscrição nas “Novas Oportunidades” como um “acto de coragem”. Não se percebe tão bem que julgue os respectivos “certificados” como cidadãos aptos a ”melhor servir a família, a empresa e o País”. Parece-me mais provável o contrário: dado o radical analfabetismo que as “Oportunidades” garantem, suspeito que, se não forem as famílias, as empresas e o país a cuidarem dos “certificados”, estes estarão condenados á indigência.Ou, na pior das hipóteses, a um cargo de nomeação política. “
Sem papas na língua o autor destas palavras põe o dedo na ferida(s). A uma iniciativa que poderia ter uma finalidade interessante e nobre, a sua prática coloca na verdade muitas reservas ,quando da sua conclusão em termos de competências! Na verdade quer-me parecer que a grande maioria quer apenas um “certificado” que lhes permita subir e progredir na sua carreira profissional o que é negativo, porque na prática este “estofo” profissional e cultural pode não ter correspondência efectiva!
Eu posso falar deste tema, porque ando a completar o final do ensino secundário através do ensino nocturno Recorrente, que temos de convir é mais “verdadeiro” e garante uma dignidade a todos os que querem melhorar as suas qualificações ao longo da vida e por variadas circunstâncias, o não puderam fazer mais cedo!
Mas continuo convencido da intenção meritória deste programa para todos aqueles que o façam com garra e honestidade.Talvez de uma forma enviezada, mas rumo a uma educação de nível superior que não teriam sem estas “Oportunidades”!
Li há dias um artigo do sociólogo ALBERTO GONÇALVES, que escreve uma coluna de opinião do semanário “Sábado”, sobre o programa lançado pelo governo, “NOVAS OPORTUNIDADES”, que passo a transcrevê-lo, pela sua actualidade! Lá vai:
“Uma amiga minha, viu-se recentemente”colocada” num curso das “Novas Oportunidades”.
Á chegada, a novinha e bem intencionada docente, inquiriu os colegas sobre os temas e manuais a leccionar.A galhofa que se seguiu durante meia-hora! A pobre ignorava que as “Novas Oportunidades” não visam leccionar coisa alguma, mas fornecer habilitações literárias a iletrados e impressionar os “rankings internacionais.
Nisso a iniciativa é um sucesso.O SOL, relatou o caso de uma senhora que após “saltar” seis anos de escolaridade em um ano e pouco, frequenta agora uma licenciatura.Se Portugal prosseguir a adaptação caseira de Bolonha, é possível que a senhora acabe a licenciatura, eventualmente de medicina, em seis meses.
Por enquanto as facilidades ficam-se, algo injustamente pelo 9º e 12º anos, e mesmo o termo depende da perspectiva.O presidente da Agência Nacional para a Qualificação, chama á facilidade, “dinâmica” e ,o que é notável, acha a “dinâmica” insuficiente.Na opinião do snr Luís Capucha, divulgada anteontem, urge multiplicar por sete os quatro mil adultos “certificados” mensalmente.Isto significa que, apesar de tudo, a exigência do programa tem sido excessiva.Pelos vistos, não basta que os alunos terminem a “formação” com os conhecimentos(digamos) que possuíam quando começaram; é preciso que saiam a saber ainda menos.Nas contas do snr Capucha, sete vezes menos.
Perante tal objectivo, percebe-se que o próprio engº Sócrates classifique cada inscrição nas “Novas Oportunidades” como um “acto de coragem”. Não se percebe tão bem que julgue os respectivos “certificados” como cidadãos aptos a ”melhor servir a família, a empresa e o País”. Parece-me mais provável o contrário: dado o radical analfabetismo que as “Oportunidades” garantem, suspeito que, se não forem as famílias, as empresas e o país a cuidarem dos “certificados”, estes estarão condenados á indigência.Ou, na pior das hipóteses, a um cargo de nomeação política. “
Sem papas na língua o autor destas palavras põe o dedo na ferida(s). A uma iniciativa que poderia ter uma finalidade interessante e nobre, a sua prática coloca na verdade muitas reservas ,quando da sua conclusão em termos de competências! Na verdade quer-me parecer que a grande maioria quer apenas um “certificado” que lhes permita subir e progredir na sua carreira profissional o que é negativo, porque na prática este “estofo” profissional e cultural pode não ter correspondência efectiva!
Eu posso falar deste tema, porque ando a completar o final do ensino secundário através do ensino nocturno Recorrente, que temos de convir é mais “verdadeiro” e garante uma dignidade a todos os que querem melhorar as suas qualificações ao longo da vida e por variadas circunstâncias, o não puderam fazer mais cedo!
Mas continuo convencido da intenção meritória deste programa para todos aqueles que o façam com garra e honestidade.Talvez de uma forma enviezada, mas rumo a uma educação de nível superior que não teriam sem estas “Oportunidades”!
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