Saturday, June 30, 2012

EMOÇÕES, SENTIMENTOS…


EMOÇÕES, SENTIMENTOS…

Por vezes, embalados nas nossas vidas e afazeres, não temos tempo para estas facetas do comportamento humano. Seguimos rígidas normas, planos estabelecidos e que religiosamente fazemos por cumprir. Como se de uma inevitabilidade se tratasse. E com as pressões que sofremos a todo o momento, quase que imitamos os autómatos, robôs de nova geração.

No entanto eu continuo a acreditar que cada uma de nós luta como pode, para resguardar alguns minutos, segundos ou horas, para as coisas que nos dão verdadeiramente alegria, prazer! Rir com gosto quando achamos graça genuína à mais simples piada ou situação, chorar, ou verter uma lágrima furtiva, quando as emoções conseguem falar mais alto do que o pragmatismo…

Vem isto a propósito de algumas ações que eu tenho que fazer diariamente envolvendo os animais de estimação que tenho, ou que é necessária a nossa interação, para ajudar que alguns dos nossos amigos animais ditos irracionais consigam (sobre) viver nos nossos espaços comuns. Tenho em minha casa uma Porca da índia, Fofinha de seu nome, que me sensibiliza bastante com os seus hábitos e jeitos de interagir comigo e os que me acompanham em casa; na casa de minha filha mais velha existe um Hámster (Mickey de seu nome) uma Tartaruga batizada de Clarinha e nos últimos tempos um Grilo, que por vezes dava o seu concerto bem grilado. È deste que quero falar em particular: era eu que na ausência da minha filha, lhe dava o alimento, em geral alface bem fresca e molhada para ele se entreter no mundo dos humanos. Há uns dias nesta onda de calor que se passou, ia eu á sua gaiola para proceder á reposição do alimento e quando me preparava para a tarefa de limpeza, constatei que o grilo estava quieto demais… chegando á conclusão de que não grilaria mais! Num ser tão frágil, por muito considerado insignificante, sem grande interesse, eu fiquei emocionado e triste com o seu fim inesperado para mim, desconhecedor dos ciclos de vida destes seres… fiquei incomodado e depois refletindo sobre as nossas emoções s e sentimentos, como é que situações destas nos podem afetar no momento, com esta intensidade?

Sentimos falta dos Amigos, indignamo-nos com as mortes de seres humanos nas guerras sem fim que por esse nosso mundo acontecem, desastres ou manifestações da Natureza Mãe e pensamos que nunca iremos ligar muito a outras situações que temos como controladas…

No entanto o que moveu a escrever hoje este texto, foi a morte do Grilo que entoava serenatas que para mim eram “música”! E por isso lhe presto a minha homenagem, pois por breves tempos me ajudou a reparar e ver o nosso mundo na sua imensa variedade de vivências e importância que muitas vezes damos a quem dela não merece. Nem um segundo!

Se calhar vou arranjar outro grilo, quem sabe? E sem pieguices, não é D.Grilo? Tu sabes que será assim!

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