Nestes múltiplos cenários e dos tempos de crise financeira,
as reuniões de condomínios estão a transformar-se cada vez mais em autênticos
cenários de tortura psicológica de todos aqueles que ainda têm a vontade e o zelo
de lutar pela sua habitação em condições dignas e assumir os seus compromissos,
para que o coletivo se sobreponha sempre ao interesse individual, porque todos
os que o não desejem tem a solução fácil, compram uma casa rodeada de muros e
aí então podem administrar e gerir á sua vontade sem pedir a opinião a ninguém,
mas sabendo que também não terão ajuda e a cooperação para quando os problemas
surgirem.
Os casos mais prementes e problemas de gestão mais vulgares,
(infelizmente), são os atrasos nas cotas de condomínio e as despesas para a realização
de obras de manutenção de maior envergadura, quando implicam a renovação de telhados,
paredes e revestimentos exteriores e espaços comuns que se vão degradando coma
ação inexorável do tempo. Situação que irá acontecer nos próximos dezoito meses
no prédio onde habito, eu e mais trinta e nove condóminos, para que depois de
reunida pelo menos noventa por cento da verba do custo geral da obra, estas se possam
iniciar com normalidade. E é aqui que a angústia cresce e se sente no rosto de
todos nós. Aqueles que já estão atrasados nas cotas mensais, como vão fazer? Os
outros, (como eu) que têm os seus compromissos em dia, como vai ser mais um acréscimo
de encargos?
Difícil, muito difícil, para mais em dias como os que
vivemos, em constantes apertos financeiros, de um país que tem de retificar o
seu rumo numa União Europeia com regras iguais para ricos e pobres.
Outro ponto importante é a Justiça portuguesa que para
mediar casos de gestão de edifícios se tem revelado muito passiva e lenta! O
parque habitacional privado vai assim cada vez mais degradado e é triste ver
esta situação um pouco por todo o lado.
É ver a angústia e o nervoso, patente na cara das pessoas,
que sentem o perigo do seu reduto que é a Habitação e que poderá colocar em
risco a família e a sua estabilidade. Estas minhas palavras descrevem não
histórias da carochinha, mas bem reais em muitos sítios e que a serem mal
resolvidas podem acrescentar casos ainda mais graves na estabilidade das
Famílias portuguesas. Já nem falo das centenas de casas que são entregues aos
bancos por falta da capacidade financeira.
São estas a realidades ligadas á gestão dos Condomínios hoje
em dia. Tempos muito difíceis, repito eu!
E ainda por cima ouve-se um administrador de um banco a dizer
que temos de aguentar, porque os Sem-abrigo, também aguentam! Com mentalidades
destas, como irá ser?
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