Monday, June 12, 2006

OS SIMPSONS COMO TRATADO DA FILOSOFIA...


A FILOSOFIA, SUAS CONCEPÇÕES E A FAMÍLIA SIMPSON…
Quem nunca viu esta série na TV e no sucesso sem precedentes que alcançou entre nós Portugueses e no mundo ocidental? Aliando uma forte componente do status de vida norte americano, tem muitas semelhanças com o nosso modo de pensar e agir na nossa sociedade com os seus vícios e virtudes e suportado por uma dose de humor que em certas alturas nos faz rir a bandeiras despregadas!
Nesta família tipo, todos os seus personagens mostram o seu papel, nas variadas facetas que a compõem e que nos lembram através do humor, ironia e subtileza, como funcionamos e muitas vezes nem nos damos conta de quão parecidos ficamos com estes personagens, para o bom e o mau!Questões como "Qual é a concepção de Deus de Lisa?" ou "O mau comportamento de Bart pode ser visto à luz de Nietzsche?" colocam-se, quando vistas à lupa, sob um ponto de vista filosófico, numa das séries de televisão mais conhecidas e populares entre todos os escalões etários, nos últimos anos – "The Simpsons". Um livro denominado exactamente "The Simpsons and Philosophy" dá conta da componente filosófica que atravessa a série animada, que é baseada na vida de uma cidade e dos seus habitantes com uma dose de ironia em trejeitos intemporais.
O autor da série, Matt Groening, estudou Filosofia, e assume, naturalmente, a influência que esta teve na criação dos conteúdos de "The Simpsons".Dezoito ensaios, uns mais detalhados que outros, de vários filósofos, explicam a relação entre a série animada norte-americana e as teorias que fazem a história da filosofia. O livro, já utilizado para estudo na universidade, estabelece, por exemplo, comparações entre Bart Simpson e Nietzsche, pelos seus retratos de ética anarquista. Associa Maggie Simpson a Lao Zi pela valorização do silêncio, e ainda Homer Simpson com Aristóteles, por viver uma "vida cheia".Os ensaios exploram a tese de Homer ser moralmente inapto como parece. Se Lisa nos pode ensinar alguma coisa sobre a intelectualidade na América, bem como se os "Simpsons" actualmente oferecem uma tradicional (conservadora) visão da família, entre uma série de outros decentes tópicos.·Há sempre o pretexto de uma personagem ou circunstância de "The Simpsons" para apresentar ao leitor o pensamento de um importante filósofo. A obra pretende atrair os que gostam da filosofia para a animação ou então o contrário. A partir da série também se pode aprender algumas das coordenadas mais importantes da arte do bem pensar.Com todas estas características e “virtudes” aconselho vivamente o visionamento desta série que através do desenho animado nos faz pensar e sorrir com frequência, que é coisa que por aqui vai faltando e “lendo” nas entrelinhas todas as virtualidades de sociedades e modos de vida que eu prefiro mil vezes, à restrição “moral e cívica” que algumas culturas fundamentalistas nos querem propor nos dias de hoje…

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