Friday, November 24, 2006

DIAS SOMBRIOS DE OUTONO...


PORQUE DESISTIU AQUELA MÃE EM DESESPERO TOTAL
DAS SUAS VIDAS E ARRASTOU COM ELA OS E AOS SEUS FRUTOS DE AMORES E DESAMORES NUM TRÁGICO FIM?
QUE SENTIRÁ AQUELE QUE É OU ERA UM DOS ACTORES PRINCIPAIS NESTA PEÇA DA VIDA REAL?
Não foi a guerra de Bagdade, não foi a morte nas ruas do Beirute, a luta dos militares ou dos estudantes, as fábricas que fecharam ou a Ota que torceram o coração de muitos de nós e alimentaram as conversas de cafés. Foram estas mortes de gente anónima que entraram nas nossas vidas sem aviso e delas irão sair sem despedida. Pequenos casos exemplares de desespero, de loucura, de como a existência é uma linha ténue que a qualquer momento, de forma planeada ou irreflectida, pode partir-se. E é com esta fragilidade que nós aqui, a respirar, à espera de que as nuvens se dissipem para deixar passar a luz do sol, nos conseguimos relacionar…Perante estas histórias de tristeza, temos de ser capazes de partilhar a dor, de tentar dar algum sentido ao que nunca fará sentido nenhum, a morte. Foi assim que, felizmente, muitos anónimos souberam anteontem reagir, associando-se à dor das famílias que perderam os seus entes queridos. Aqueles que foram ao Douro atirar flores ou que compareceram ao funeral da mãe e dos dois filhos foram o raio de sol que passou nestes tempos de chuva, que mostraram que as águas do Douro podem continuar a correr indiferentes a tanta tristeza, mas nós não.
Nestes tempos conturbados, devemos elevar o valor da Vida a níveis altos de auto estima e saber lutar com as adversidades…. Eu sei que não é fácil, mas quero continuar a acreditar que ela (a Vida) prevalece sobre todas as coisas…

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