Outrora defenderia esta tese com orgulho e o amor-próprio de
quem se sente português, originário de gerações que se fixaram na Península
Ocidental, (dita Ibérica), e que por cá ficaram fazendo e construindo ao longo
dos séculos o que hoje se designa ainda por este rectângulo á beira-mar
plantado de seu nome Portugal
Que ética eles revelam, pela sua falta de eficácia
nas sua políticas governativas que nos ajudem a fazer do nosso Pais um local
onde se possa viver com gosto?
Não, não é uma lição da História que vos pretendo dar, mas
apenas reflectir um pouco sobre o que é sentir, ser Português nos dias de hoje
em pleno início do século XXI. Reflexões que me levam a conclusões muito
interessantes sobre os sentimentos de portugalidade, em plena eram da
Globalização!
No meu caso particular, tirando a estadia “obrigatória” de
vinte e sete meses em Angola, na altura nossa província ultramarina, no serviço
militar, emigrei para Moçambique em 1981 em trabalho em busca do que pensava
ser o melhor para mim e para aminha família, com um trabalho bem remunerado,
num pais de que eu gosto, embora tenha sido uma experiencia curta, aconteceu,
sendo esta a única, que tive ao longo da minha vida activa. Mas o que me surpreendeu após uma
reflexão retrospectiva, foi constatar o seguinte:
O meu Avô Paterno emigrou para a América nos anos 30 do
século passado e por lá ficou por vinte e cinco anos, tendo depois regressado Portugal.
O meu Avô Materno fez o mesmo na mesma altura, mas para o
Brasil, tendo por lá ficado em definitivo por ter entretanto falecido na cidade
maravilhosa do Rio de Janeiro.
O meu Pai, tal como eu, foi mobilizado em 1941 para Angola e
por lá esteve no serviço militar por dois anos.
O irmão do meu Pai e meu Padrinho, abalou para a Venezuela, tendo
mais tarde nos anos sessenta chamado a família para com ele lá permanecerem por
cerca de trinta anos. Um dos seus filhos e meu primo ainda se encontra nas
terras do Chávez…
Se for a referir meus Primos, Tios e Tias, posso citar
locais como, Iraque, Irão, Holanda, França, Bélgica, Alemanha… onde passaram
partes significativas das suas vidas. Uns regressaram. Outros não.
Todo este
historial familiar para dizer o quê?
Que não é de agora esta vertente emigratória e de movimentações
“portugas” para o estrangeiro e mundos já descobertos, (não e de relevar para o
caso a nossa saga dos Descobrimentos do século XV em diante), como se fala
quase diariamente nos nossos emigrantes nova geração que nos dias de hoje vão
aos milhares, “desertando” deste nosso Portugal atarantado á procura das suas novas
oportunidades, (não as do Sócrates) e muito justamente, só que saem ainda mais
zangados do que os nossos antepassados recentes e afirmando de viva voz a que
tão cedo não regressam a Portugal!
São estes dilemas que se colocam aos nossos Cidadãos, jovens
e menos jovens!
Que políticos temos nós e que governantes são, que nos
induzem a sair?
Será que não se preocupam estes sinais? Parece que não. Mas
eu acho que deveriam sim preocupar-se e muito, com esta autentica sangria de
recursos humanos e a maioria bem preparados em termos intelectuais. Com muita
massa crítica e formados com o nosso dinheiro, ou seja dos Contribuintes portugueses,
(aqueles que o fazem de verdade).
A mim causa-me uma certa amargura ver este cenário! Iremos
ainda a tempo de equilibrar este fluxo de gente? Tenho dúvidas e oxalá me
engane!
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