Tuesday, January 08, 2013

PORTUGAL, UM PAÍS DO MUNDO…

Outrora defenderia esta tese com orgulho e o amor-próprio de quem se sente português, originário de gerações que se fixaram na Península Ocidental, (dita Ibérica), e que por cá ficaram fazendo e construindo ao longo dos séculos o que hoje se designa ainda por este rectângulo á beira-mar plantado de seu nome Portugal
Não, não é uma lição da História que vos pretendo dar, mas apenas reflectir um pouco sobre o que é sentir, ser Português nos dias de hoje em pleno início do século XXI. Reflexões que me levam a conclusões muito interessantes sobre os sentimentos de portugalidade, em plena eram da Globalização!

No meu caso particular, tirando a estadia “obrigatória” de vinte e sete meses em Angola, na altura nossa província ultramarina, no serviço militar, emigrei para Moçambique em 1981 em trabalho em busca do que pensava ser o melhor para mim e para aminha família, com um trabalho bem remunerado, num pais de que eu gosto, embora tenha sido uma experiencia curta, aconteceu, sendo esta a única, que tive ao longo da minha vida activa. Mas o que me surpreendeu após uma reflexão retrospectiva, foi constatar o seguinte:

O meu Avô Paterno emigrou para a América nos anos 30 do século passado e por lá ficou por vinte e cinco anos, tendo depois regressado Portugal.

O meu Avô Materno fez o mesmo na mesma altura, mas para o Brasil, tendo por lá ficado em definitivo por ter entretanto falecido na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro.

O meu Pai, tal como eu, foi mobilizado em 1941 para Angola e por lá esteve no serviço militar por dois anos.

O irmão do meu Pai e meu Padrinho, abalou para a Venezuela, tendo mais tarde nos anos sessenta chamado a família para com ele lá permanecerem por cerca de trinta anos. Um dos seus filhos e meu primo ainda se encontra nas terras do Chávez…

Se for a referir meus Primos, Tios e Tias, posso citar locais como, Iraque, Irão, Holanda, França, Bélgica, Alemanha… onde passaram partes significativas das suas vidas. Uns regressaram. Outros não.
 

Todo este historial familiar para dizer o quê?

Que não é de agora esta vertente emigratória e de movimentações “portugas” para o estrangeiro e mundos já descobertos, (não e de relevar para o caso a nossa saga dos Descobrimentos do século XV em diante), como se fala quase diariamente nos nossos emigrantes nova geração que nos dias de hoje vão aos milhares, “desertando” deste nosso Portugal atarantado á procura das suas novas oportunidades, (não as do Sócrates) e muito justamente, só que saem ainda mais zangados do que os nossos antepassados recentes e afirmando de viva voz a que tão cedo não regressam a Portugal!

São estes dilemas que se colocam aos nossos Cidadãos, jovens e menos jovens!

Que políticos temos nós e que governantes são, que nos induzem a sair?

 Que  ética eles revelam, pela sua falta de eficácia nas sua políticas governativas que nos ajudem a fazer do nosso Pais um local onde se possa viver com gosto?

Será que não se preocupam estes sinais? Parece que não. Mas eu acho que deveriam sim preocupar-se e muito, com esta autentica sangria de recursos humanos e a maioria bem preparados em termos intelectuais. Com muita massa crítica e formados com o nosso dinheiro, ou seja dos Contribuintes portugueses, (aqueles que o fazem de verdade).

A mim causa-me uma certa amargura ver este cenário! Iremos ainda a tempo de equilibrar este fluxo de gente? Tenho dúvidas e oxalá me engane!

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