Wednesday, July 12, 2006

O ESTADO DA NAÇÃO...


O ESTADO DA NAÇÃO…
Por estas alturas, antes de férias (para quem as tem), é uso fazer balanços de como decorreu o ano em todas as suas vertentes, com especial ênfase na área económica e na área social pelo que de importante continua a ter…
Eu vou fazer o meu próprio exercício, resumindo dois pontos que me parecem relevantes. Assim temos:
Economia: Após a dita crise ou recessão dos últimos tempos, todos notamos uma tímida retoma, para nós cidadãos e um aumento substancial dos lucros das entidades bancárias. Como diria em pequenino, “quando for grande quero ter um banco para mim”…ao mesmo tempo, sente-se no ar a pressão das deslocalizações das empresas que quando as coisas não correm bem, não têm pejo nenhum em abalar para outras paragens, deixando atrás, um rasto de pessoas desiludidas e desesperadas com os dias de amanhã! Noutra perspectiva, ouvimos com o maior despudor deste mundo o “chefe” dos futebois, pedir isenção de pagamento em sede de IRS, dos valores recebidos em prémios pelos estimados e gloriosos jogadores do Mundial…não haja dúvida de que é premente e justificada esta recompensa! Eu só pergunto desde quando é que um cidadão também pode ser recompensado da mesma maneira por ser competente e honesto, elevando assim o bom-nome de Portugal? Por este caminho os impostos vão acabar! E logo a esta classe de profissionais tão carente…
Educação: Este ano mais uma vez nos exames nacionais do 9º ano, nas disciplinas de Português e Matemática o índice de reprovações foi elevado, um pouco mais do que no ano passado (até aqui a retoma acontece!). 63% na Matemática, cerca de 40% a Português???
Perante estes cenários, não haja dúvida de já posso ir de férias descansado, porque está tudo bem neste país pequenino em tamanho mas grande nas aspirações…
Depois na volta logo se vê, entre mortos e feridos alguém há-de escapar!

10 comments:

Anonymous said...

Sabes Jorge que eu tenho orgulho em ser portuguesa e sou a fã n.º 1 não só da minha cidade mas também do meu país. Custa-me imenso ver ao estado de degradação e estagnação económica a que este páis chegou. A taxa de desemprego aumenta, porque hoje em dia ter um funcionário sai caro aos patrões a nível fiscal...ora! Cada vez mais os nossos empresários optam pelo corte de custos em vez de investirem. A culpa é de quem? Do governo! Que não beneficia em nada quem investe!Mas a despesa pública essa dispara e o governo não me parece muito preocupado com esse aspecto mesmo vendo que folgas orçamentais não há!Lembremos a entrada do Euro...caro Jorge estavamos muito melhor com o nosso caro escudo! É que com o euro não há ajustamento cambial que nos permita ganhar competitividade. Enfim...a retoma é mínima mas é alguma coisa e haja esperança.
Quanto á taxa de reprovações...temos que admitir que hoje em dia os jovens não têm sentido de responsabilidade, não olham o dia de hoje com vista no futuro.Por outro lado e para ajudar á festa os professores mediante as condições em que alguns trabalham jamais podem ensinar com profissionalismo e rigor e se não estão incentivados em trabalhar jamais poderão incentivar os alunos. Apesar de eu ser ainda jovem atrevo-me a dizer que no meu tempo não era nada assim. Ainda tive a sorte de ter professores apaixonados pela sua profissão e tive a sorte de ser uma entre milhoes de jovens que decidiram estudar e zelar pelo futuro. Quem sai aa perder com isto? Os jovens que querem ser alguém quando tiverem 30 anos.
Mudam -se os tempos meu amigo...mudam-se os tempos.
Mónica

jotaeme said...

Mónica: As tuas palavras corroboram o sentido do texto e na sua essência e finalidade, espero que ambos estejamos equivocados e as coisas melhorem rápidamente.Que o meu nível de cepticismo é elevado eu não tenho grandes dúvidas, mas são nestas questões que eu queria ESTAR enganado! Se isso acontecer (e espero bem que sim) cá estarei para dar a mão á palmatória! Gostei das tuas "wise words", aparece sempre minha querida Amiga!
Jorge

João Tomaz said...
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João Tomaz said...

Concordo no essencial mas discordo no acessório... e o acessório são os exemplos dados.
Sobe o desemprego porque o nosso tecido industrial baseou-se num modelo de custos baixos que é impossível manter. Como uma economia não vive apenas de serviços, é natural que os próprios serviços se ressintam da degradação da indústria.
O que sai caro aos patrões não é a fiscalidade mas sim a insípida aposta em inovação, esse sim, um verdadeiro factor de competitividade. Num país onde a fiscalização é ridícula, não se pode afirmar que a carga fiscal tenha grande influência...
Contrariamente ao que escreveste este governo dá sinais verdadeiros de controlo da despesa pública. Mas no imediato ou se quer controlo da despesa pública ou aumento do desemprego. É inevitável e o lençol não estica.
A entrada no euro permitiu-nos ter as taxas de juro e a inflacção controladas. É certo que perdemos o instrumento cambial, mas não me surpreenderia se neste momento o escudo fosse tão forte quanto o peso argentino.
No que diz respeito à educação, o catastrofismo histérico é cíclico. Já todos temos idade para nos lembrarmos do "prolixo" na PGA...

João Tomaz said...

e peço desculpa pelo meu comentário se dirigir a um comentário e não ao post...

Anonymous said...

Esta discussão teve desenvolvimentos por msn...peço desculpa de não a incentivar por aqui. Até porque discutiriamos horas...dias a fio ...

Mónica

jotaeme said...

Pelicano: Primeiro não tens de pedir desculpa, por que o teu comentário ao comentário (eh.eh,), está na linha do editorial! E serve este espaço para a discussão das ideias, diferentes muitas vezes, mas convergindo numa mesma direcção: Tornar este nossso Portugal (ou desejar que se torne), num país lutador, moderno e reformista naquilo que tiver que ser! Na verdade, nunca como agora algum governo atalhou caminho para implementar novas leis e concretizá-las no terreno! E mexe com muitos interesses instalados, ora lá! Nós só temos de apoiar e ter coragem para assumir estas mudanças e que tenham resultados positivos! Porque de contrário, estaremos lá nos dias das eleições para "premiar" quem o merecer! Viver em Democracia é assim!

Pascoalita said...

Caro Jotabloguer, o meu cepticismo é tanto qto a esperar melhorias no governo actual e a curto prazo, k até evito pensar no assunto por recear as conclusões a que chego sobre as divcersas matérias.
desculpe mas discordo que tenham mostrado vontade e coragem política.
Sinceramente não vejo medidas práticas ... apenas ideias, decisões e soluções atabalhoadas. Mas ... quem dera que tb me engane!

jotaeme said...

Pascoalita: Menciono apenas 2 medidas: A reforma da segurança social e a uniformização dos serviços de saúde, com o fim dos mais variados regimes especiais (ADSE, and...).E na área fiscal, alguém duvida de que os cidadãos imcumpridores, já estão a ir ao "sítio", com um rigor mais apertado!
Eu resumo assim,(mais haveria a dizer):Porque muitos hão-de usufruir benesses á custa dos dinheiros dos outros?
Amiga, isto vai devagar, mas vai!
Jorgemadureira

Ahlka said...

Quando fôr crescida também quero um banco ou um clube de futebol! :))
Quanto ao resto, sei que, venha quem vier, o lençol de 1 metro numa cama de 2 metros vai deixar sempre alguma ponta destapada...por isso limito-me a aguardar melhores dias :)